30 de junho de 2009
Andrea Vadrucci, The Super Mario Drummer
26 de novembro de 2008
Retrospectiva Cultural 2008
Desde abril o projeto “Fronteiras do Pensamento” tem trazido grandes nomes do cinema, teatro, filosofia e literatura para debater “a arte e a linguagem na cultura contemporânea” (tema da edição 2008, a segunda em Porto Alegre); nomes como José Padilha, Milton Hatoum, Gerald Thomas e David Lynch, entre outros, passararm pela cidade compartilhando sua vasta bagagem com milhares de pessoas ao longo do ano no salão de atos da UFRGS. Além da série de conferências, o Projeto apresentou uma série de documentários para a televisão e para o trabalho educativo e de difusão cultural. Logo deverá ser lançado um livro com os textos originais das conferências.
No teatro, o Porto Alegre em cena, em sua décima quinta edição, contou com espetáculos de teatro, dança e música e um público de aproximadamente 700 mil pessoas. Os espetáculos ocorreram em mais de 40 locais diferentes, entre teatros, shoppings, galpões industriais, espaços alternativos e bairros periféricos da cidade; ainda no teatro temos, desde 1999, o já tradicional Porto Verão Alegre, que traz peças de teatro nas semanas de janeiro e fevereiro, quando a cidade está derretendo e entregue às moscas. Contando com a participação de praticamente todos os profissionais de teatro em atividade no Rio Grande do Sul, todas as salas de espetáculo são utilizadas em período integral (terças a domingos). O projeto já contabilizou mais de 70.000 espectadores e possui, em média, 300 apresentações em cada edição. ; e desde abril temos o república do rock, quando duas bandas (uma começando e uma com mais “estrada”) tocam em um teatro da cidade – já houve show no renascença, Instituto de arte e Teatro Túlio Piva – com um cachê certo (algo quase inimaginável pro padrão Porto Alegre).
E para fechar o ano com chave de ouro, o recém inaugurado Barra Shopping Sul traz à cidade duas lojas: a Fnac, uma rede de lojas de livros, produtos eletrônicos e de lazer, cd, dvd, enfim, praticamente um varejo cultural; e a Made in Brazil, uma loja de instrumentos musicais que vende guitarras que antes só poderíamos ver por foto na internet, e que que finalmente chegaram a Porto Alegre, uma cidade cada vez menos carente de cultura e cada vez mais integrada ao mapa nacional como uma parada quase que obrigatória para artstas em geral.
Guilherme Nunes
Fontes:
http://www.fronteirasdopensamento.com.br/
http://www2.portoalegre.rs.gov.br/poaemcena/
http://www.wikipedia.org
http://www.portoveraoalegre.com.br
18 de julho de 2008
Blu e sua arte, o Muto.
Imagine se um dia você olhasse para algum muro pichado e de repente os desenhos começassem a se mexer. É basicamente isso que o artista italiano, que auto denomina-se Blu, faz.
Aplicando aos seus desenhos uma técnica visual chamada Stop Motion, o artista faz com que sua arte pareça estar viva. Não é animação pura, pois é possível enxergar as marcas das pinturas anteriores que, aos poucos, foram sendo cobertas. Segundo Blu, que possui um estilo surrealista, a técnica é roubar, depois, os frames desnecessários, e, assim, compor a animação.
Para os que não viram e até para os que já viram, vale a pena conferir o vídeo do cara que foi feito em Buenos Aires e Baden, Argentina.
Blu também está participando da exposição “Street Art” na TATE Modern no Reino Unido. Ele se juntou com outros artistas, inclusive aos brasileiros Gêmeos e Nunca, para pintar a fachada do museu onde está acontecendo a exposição, que está em cartaz desde o dia 23 de Maio até 25 de Agosto.
http://www.blublu.org/
Carina Stölting e Lucas Figueiredo
11 de julho de 2008
And Justice for all
Da França surge uma dupla de música eletrônica formada por Gaspard Augé e Xavier de Rosnay, o Justice, banda mais badalda do cenário eletrônico mundial entre 2007 e começo de 2008 com o lançamento do disco “ç” (após vários ep's e singles). Contudo, a inovação realizada pela dupla não está propriamente no som, que mesmo sendo de alta qualidade é muito parecido com o de outra dupla francesa, o Daft Punk. Também pudera, além da nacionalidade os dois têm em comum Pedro Winter, aka Busy P, produtor das duas duplas, dono do selo Ed Banger e remixer. O grande motivo pelo qual o justice é aclamado com uma das salvações da música eletrônica vai além grooves funkeiros sampleados e da estética robótica.
Em 2006 a banda lançou o excelente clipe da música “never be alone” (que mais tarde foi relançada com o nome de “We are your friends”), remix da música dos caras do Simian Mobile Disco, e chamou a atenção do grande público. Mas foi em 2007 que todos ficaram boquiabertos com um clipe da dupla: D.A.N.C.E é um espetáculo visual. Camisas pretas e brancas com objetos coloridos e agitados de animação, passando de uma para outra, formando desenhos, letras e palavras . O chamado “motion track” foi muito bem usado, misturando realidade e desenho aniamado, dando uma sequência muito boa e às vezes até engraçada ao clipe.
Em 2008 os franceses atacaram novamente e lançaram um clipe totalmente esquizofrênico; “Stress” é praticamente um curta-metragem, que mistura “Hooligans”, “Laranja Mecânica” e “GTA” (o clima tenso da música colabora muito). Não podemos garantir que a próxima música do duo será um hit, mas certamente o clipe vai dar o que falar.
Justice - Never Be Alone
Justice - D.A.N.C.E
Justice - Stress
Por Guilherme Nunes
A musica e a Web
Incontaveis tendencias e modismos já surgiram com toda essa informação. Porém com toda essa velocidade, elas acabam, muitas vezes, tão subtamente quanto surgiram. O que nos resta agora é esperar o próximo “web-hit” ou a próxima banda que surgirá subtamente e acabará tão rapidamente quanto.
Alguns exemplos de Web-Hits são:
Dança do Quadrado - Kibe Loco
http://www.myspace.com/mallumagalhaes
Perfil da Mallu Magalhães no Myspace.
Por Lucas Figueiredo
17 de agosto de 2007
Arthur de Faria
O Arthur de Faria dispensa apresentações. É o cara mais multimídia que conheço: jornalista, músico, produtor musical, arranjador, apresentador de programa de rádio , pai da Maria Antônia entre outras muitas atividades . Amigo de longa data nossos caminhos sempre acabam se cruzando em projetos profissionais, na publicidade, no jornalismo e na música .Até piano à quatro mãos já tocamos juntos. Para saber mais sobre Arthur de Faria e seu trabalho entre no blog http://www.fotolog.com/seu_conjunto e ou no site " Arthur e seu Conjunto " http://www.seuconjunto.com.br/index2.html
O Arthur escreve abaixo um texto muito interessante sobre o show de Fito Paez e a cantora argentina Liliana Herrero referente ao recente show que ambos fizeram aqui em Porto Alegre.
Por Arthur de Faria
Fito, que será um dos 40 artistas a participar desse mês de eventos, junto com músicos como Luís Alberto Spinetta, Gerardo Gandini, Adrian Iaiés, Teresa Parodi, Ana Prada, mais dezenas de fotógrafos e artista visuais. Além dos lançamentos do livro “Liliana Herrero – Vanguardia y Canción Popular”, de um documentário para cinema e ainda um recital teatral em sua homenagem protagonizado por Cecília Roth e Cristina Banegas.
Mas ao longo de 10 discos e 20 anos, Liliana construiu não só reputação, como popularidade. Uma combinação rara, em qualquer lugar. É uma grande dama louca e inovadora. Como devem ser as verdadeiras grandes damas.
Tudo isso poderia ter sido informado para o público (alô: www.lilianaherrero.com.ar) tanto nas matérias escritas antes do show quanto na sua infeliz crítica. E mesmo se assumimos que a única grande referência de cantora Argentina ainda é a (sensacional), Mercedes Sosa, se poderia citar a própria: “Liliana es una cantora argentina como pocas, quizas como ninguna. La cantora que todos nos merecemos”. E aí o detalhe: o público não tem como saber isso. A não ser que alguém lhe conte. Já para um jornalista com um google à disposição, não pode ser mais lógico ter como única referência a mesma Mercedes. E cometer o equívoco de achar que ela e Liliana são a mesma coisa.
Porque, para qualquer um que escute com atenção as duas, é óbvio que Liliana e Mercedes estão em pólos opostos. Uma representa a tradição, a outra, a inovação. Para quem olha de fora, e só a conheceu no show com Fito, vozes e piano, isso ainda pode ficar meio obscuro. Mas para quem se interessasse em pesquisar minimamente (para, que sei eu, exercer bem o seu próprio metier, por exemplo) ficaria claro que dizer que Liliana “emula” La Sosa é o mesmo que achar - como eu acho - que todos os cantores de hard-rock cantam igual. Mas eu não escrevo sobre shows de hard rock. Se o fizesse, estudaria um pouco antes de escrever. Afinal, a vergonha é a herança maior que meu pai me deixou.
E aí chegamos no ponto que eu quero tocar: pra que serve o jornalismo? Mesmo numa pequena aparente banalidade como uma crítica de um show. Para a edição Argentina da revista Rolling Stone - que enviou um repórter para Porto Alegre única e exclusivamente para cobrir o espetáculo inédito de dois dos maiores artistas de seu país (e jamais o faria para cobrir um show de Fito) -, serve pra contar que a cidade se emocionou com os dois “portoalegrenses adoptivos, que desde Rosario y Villaguay, se convirtieron en ciudadanos de un mundo de canciones sensibles y sublimes.”
Já para a única crítica escrita aqui, e publicada justamente em Zero Hora, serve para qualificar Liliana, que ainda não tem 55 anos, de "velhinha não agradou". E para contar que, segundo o jovem jornalista (felizmente jovem, o que lhe dá o benefício de poder envelhecer), era ela uma "companhia indesejada" pelo público. O mesmo público que foi para ver Fito e, eu estava lá e vi, se rendeu completamente a ela. A crítica do show era justamente o último momento para prestar o serviço jornalístico de explicar para aquele público quem era aquela mulher que recebia ovações cada vez maiores. Que era tratada como uma mestra (e, de verdade, lhe deu aulas de filosofia quando era ainda um menino de colégio) por Fito. Quem é essa mulher?
Quem leu a crítica – e a entrevista “esperta” na fila do banheiro do Ossip – segue não sabendo. É pra isso que serve jornalismo cultural? Pra atacar pop-stars no momento de aliviar a bexiga? Eu, modestamente, acho que não. Acho que serve para pesquisar, aprender, e aí contar. Viver para contar, não é isso? Mas aí precisa ter alguma humildade.
P.S. Só espero que nem Liliana nem Fito leiam o que foi escrito. Não por provincianismo nem nada. Mas só pra eu não passar aquela situação que uma amiga chama de “vergonha pela (outra) pessoa”.
Ouça aqui Liliana Herrero
16 de agosto de 2007
Meu primeiro dia de aula por Jader Cardoso
No final de 2006 recebi uma tarefa da escola da minha filha mais velha. Relatar “como foi seu primeiro dia de aula?”. No início pavor. Eu? Não lembro de nada. Aliás, nem lembro onde foi, nada, nada.....mas de repente comecei a voltar a fita e algumas coisas, provavelmente as mais significativas, foram aparecendo na “telinha” cerebral.
Hoje, 37 anos depois, eu sei que em 1970 a vida dos meus pais não era tão “tranqüila” politicamente como a que eu levo hoje. Não que a minha família tivesse algum tipo de envolvimento político partidário. Não. Mas todos os adultos sofriam, naqueles tempos, uma forte repressão política e social. A censura era geral. As crianças e os adolescentes de hoje, em sua maioria, nem imaginam como eram aqueles dias. Só pra exemplificar, lembro de um episódio bem elucidativo que me aconteceu.
Era tipo 1973 ou 74, eu acho. A moda na época eram as “bixiguinhas”; pequenos balões que a gente enchia de água e atirava nos amigos, inimigos, etc... Coisa de criança, é claro!. Acontece que eu, brilhantemente, resolvi atirar da janela do meu quarto uma dessas bixiguinhas numa mulher que passava bem em frente ao prédio que a gente morava no Menino Deus. Sétimo andar. Acertei. Óbvio. Ela gritou, esperneou...e eu bem quietinho dentro de casa. Nem um pio. Minha mãe nem sonhava que eu estivesse fazendo aquilo. Glória total!
Na noite seguinte, hora do jantar, tocou a campainha. Minha avó abriu, chamou meu pai. E então o susto. Era um coronel do glorioso exército brasileiro que queria dar voz de prisão ao responsável pelo abominável insulto a sua esposa. Meu pai teve de argumentar muito para não ser preso por aquele oficial arrogante, pretensioso e “dono do mundo” (todos esses adjetivos somente descobertos por mim anos mais tarde). Claro, levei um castigo daqueles tempos. Só não apanhei porque meu pai não costumava bater na gente. Bastava olhar que já dava vontade de ir ao banheiro. Outros tempos de autoridade e respeito. Mas isso já é outra história. Voltando ao assunto.
Dentro da nossa casa era o padrão da época. Pai trabalhando muito; mãe também, cuidando dos filhos e da casa. Tudo dentro “dos conformes”.
Em março daquele ano (já escrevi tanta coisa que já devem ter esquecido – 1970) eu fui para escola acompanhado da minha mãe e da minha irmã, 6 anos mais velha do que eu. Minha irmã me ajudou muito com a “nova rotina”. Havia feito somente 2 meses de Jardim de Infância e em seguida férias. Até hoje não sei bem por que. Só 2 meses e .....fim.
Cheguei à escola a tarde. Morava a umas duas quadras do Grupo Escolar Paula Soares, como era chamado na época o que depois se tornou Escola Estadual Pio XII. Tudo era muito grandioso. Assustador às vezes. O caminho para o colégio era comum. Sempre brincava por ali. Naquele tempo se brincava na rua mesmo. Mas o pátio, a sala de aula, a primeira visão da professora, Dona Ilva foi de apertar o peito.
Logo em seguida tudo foi melhorando. A “prôfi” era muito calma e tinha uma paciência muito grande com a gente.
Minha expectativa era, certamente, muito diferente da realidade da Giulia, minha primogênita, que freqüentou uma maravilhosa pré-escola desde os 2 anos. Para ela imagino que tudo será, ou já é, muito mais fácil e divertido. Está preparada e segura (assim espero!). Comigo e com todos do meu tempo era bem mais difícil. Não éramos acostumados ao confinamento, às carteiras da sala de aula, a disciplina do ensino primário. O nível de cobrança na minha casa até não era muito grande, mas meu pai sempre dizia – a única coisa que tens de fazer é estudar, portanto!?!. Tipo assim, TE VIRA.....
Resumindo, mesmo assim foi uma experiência muito legal, gratificante e me fez amadurecer bastante.
Espero que minha filha tenha, daqui a algum tempo, a mesma lembrança agradável que tenho quando me lembro daqueles dias..... É. Não parece. Mas é agradável sim. A gente não ia muito a psicólogos ou orientadores em geral. Era no tranco mesmo. Éramos felizes, ou será que não?
Jader é músico,cantor e locutor. Fornecedor de voz do mercado publicitário nacional super versátil e muito competente. Ouça aqui um dos jingles que ele gravou aqui na Radioativa.